Para quem gosta de atividades de esportes outdoor, como acampar e fazer trilhas, alguns itens são muito importantes e devem ser garantidos no momento da aventura.

A água potável é essencial nessas circunstâncias. No entanto, alguns imprevistos podem ocorrer e a quantidade de água levada pode não ser suficiente durante o trajeto. Se isso acontecer, filtrar a água do rio ou do mar pode ser uma solução para garantir a sobrevivência.

Por mais limpa que a água pareça estar, não deve ser consumida sem antes passar por processos de purificação. Dessa forma, vamos te ajudar com 4 dicas para você filtrar a água encontrada na natureza nos momentos de sobrevivência. Continue a leitura e confira!

1. Filtração

A primeira etapa é coletar a água com o objeto disponível, seja garrafa pet, balde ou algum pote. Depois, deixe a água descansar. Dessa forma, após um tempo, as partículas como a areia ou o barro serão depositados no fundo do recipiente. Isso permite uma separação física com a água.

Após separar a água decantada dos elementos mais grosseiros, temos uma fase importante, a filtração. Nessa etapa, ocorre a separação de resíduos que se misturam com a água, como folhas e outros sedimentos.

Para filtrar a água, você pode utilizar algum tecido limpo, como camiseta, meia e pedaço de pano, ou filtro de café, se disponível, que vão reter os flocos que não decantaram.

Exemplo de filtragem com garrafa PET

Se tiver um recipiente como garrafa PET, é possível realizar uma filtração ainda mais eficiente. São utilizados elementos naturais, como pedras, areia, carvão da fogueira (se tiver) e pedaço de tecido limpo. Para esse processo, siga os seguintes passos:

  • Retire o fundo da garrafa PET com uma faca e tampe o gargalo com um pedaço de tecido ou algodão. Deixe o gargalo da garrafa ficar voltado para baixo e o fundo voltado para cima;

  • Após isso, adicione uma camada de carvão, uma camada de areia, uma camada de pedras finas e, por fim, uma de pedras mais grossas.

Com essas etapas, será possível eliminar partículas ainda menores que estarão presentes na água. No entanto, essa separação é apenas física e a água ainda não deve ser consumida, já que ainda conta com substâncias que não podem ser ingeridas no meio.

2. Fervura

Esse processo é essencial para que a água se torne segura para beber. A fervura é capaz de matar os microorganismos que estão presentes na água. Assim, elimina-se o risco de reações indesejáveis, como vômitos e diarreias, que aumentam a desidratação do corpo.

Para essa etapa é necessário que você tenha acesso a fogo e garrafa de aço inoxidável. Outra opção é algum recipiente limpo que pode estar em contato com o calor das chamas. Então, você deve ferver essa água por aproximadamente 10 minutos.

Se possuir apenas garrafa PET, as chamas não devem entrar em contato direto com a superfície. Você deve suspendê-las por algum cabo que esteja disponível.

Aproveite para conferir também as principais comidas para serem ingeridas em casos de sobrevivência!

3. Exposição solar

Embalagens plásticas transparentes são comuns em kits de sobrevivência. Assim, se não for possível ferver a água, existe outra alternativa para eliminar os organismos patogênicos.

A recomendação é deixar os recipientes plásticos fechados por 6 horas em exposição total ao sol para cada litro de água. Essa consideração é em sol pleno. Se o dia estiver nublado, a água deve ser mantida diretamente na iluminação por pelo menos 10 horas.

4. Elementos químicos

Aqui, podem ser propostos dois agentes que auxiliam na purificação da água: o cloro e o iodo.

Cloro

O cloro é bastante conhecido por ser um elemento utilizado no tratamento convencional das estações de água residuais. Da mesma forma, ele também é encontrado na forma de pastilhas para agir como um purificador da água para o consumo humano.

Para um kit de emergência, as pastilhas são uma ótima opção. Elas atuam de forma eficiente e segura para remoção de vírus e bactérias da água que será consumida. Também devem ser utilizadas de acordo com as indicações do fornecedor.

Outra maneira de purificar a água com o princípio ativo do cloro, é utilizar a água sanitária. Ao ser diluída na água de consumo, forma uma substância chamada ácido hipocloroso, que elimina os organismos patogênicos presentes. Para isso, é necessário adicionar duas gotas de água sanitária para cada litro e esperar trinta minutos antes de consumir.

A desvantagem desse método é que a água pode apresentar um gosto desagradável. Dessa forma, transferir a água algumas vezes de um recipiente para outro é uma alternativa para amenizar o gosto amargo.

Iodo

O iodo tem efeito semelhante ao cloro, matando os vírus e as bactérias da água coletada. Pode ser encontrado em farmácias, já que é utilizado para tratar ferimentos em geral.

O método de utilização é aplicar 2 gotas de iodo para cada litro de água. A solução deve permanecer em repouso por pelo menos meia hora. Assim como ocorre com o cloro, o iodo também tende a deixar um gosto indesejável na água e possui restrição quanto às mulheres grávidas.

Com essas dicas, é possível purificar a água para momentos de sobrevivência em uma atividade outdoor. Prepare a sua mochila com os itens básicos, como pastilhas de cloro e tecidos limpos que não ocupam espaço e fazem toda a diferença nessas situações! E claro, não esqueça da sua garrafa de água!

Agora que você se informou sobre filtrar a água na mata, temos um conteúdo completo sobre as melhores comidas para acampar. Assim, você pode ter um checklist ideal para sua aventura a ar livre!

Até o próximo post!

Sobre o autor

Junior Dorigatti

Junior Dorigatti

Junior Dorigatti é engenheiro, diretor industrial e sócio responsável pelo desenvolvimento de produtos na Cutelaria CIMO

Especializado em design de produto, o autor trabalha a mais de 20 anos com cutelaria, desenvolvendo mais de 100 projetos de produtos e aplicações no ramo. Entre os seus conhecimentos, a ampla experiência em cutelaria é o destaque - desde detalhes técnicos que vão do tratamento térmico ao design das lâminas.

O autor também conhece as etapas de fabricação de canivetes e facas, desenvolve temas sobre como escolher e identificar o uso correto das lâminas de facas e canivetes, além de fomentar novas tecnologias e inovações da cutelaria.

Para amadurecer o setor de cutelaria nacional, está disposto a fornecer ótimas informações sobre as mais diversas áreas do tema que vão do uso às diferenças dos produtos.

Junior Dorigatti