Estar em meio à natureza em trilhas e acampamentos, por vezes, é como invadir a casa de insetos e animais peçonhentos. Essa é a razão pela qual devemos estar preparados para possíveis picadas de cobra.

Ao picar alguém, a cobra pode injetar seu veneno por meio das presas, o que causa muita dor e pode levar até o óbito se não soubermos o que fazer na situação. No caso de ataque por esse tipo de animal perigoso, é comum ver a marca de dois furos destacados na pele, geralmente acompanhados de inchaço e alterações na coloração da pele.

Já nas cobras não venenosas, as marcas são menores, menos perigosas, mas igualmente doloridas. Hoje, vamos falar sobre todos os sintomas e como agir em caso de picada de cobra. Confira!

Quais são os sintomas de uma picada de cobra?

Os sinais que indicam uma picada de cobra dependem da espécie e da quantidade de veneno injetada. Entretanto, existem sintomas comuns que surgem nos primeiros minutos após a picada, por exemplo, dor intensa na região, inchaço e manchas roxas.

Outros sintomas comuns de envenenamento são os sangramentos espontâneos, confusão mental, náuseas e vômitos, além de dificuldades de fala e visão turva.

Quanto tempo demora para aparecer sintomas?

Cada tipo de veneno tem um tempo de ação, porém a maioria das picadas começa a apresentar os primeiros sintomas entre 15 minutos a 2 horas após. Exceto no caso da cobra-coral, por exemplo, os sintomas gerais aparecem cerca de 8 a 24 horas após o ataque.

Outro fator é que o tempo de reação do veneno depende do organismo atingido, algumas pessoas podem ser menos resistentes do que outras à toxina.

O que devo fazer após a picada de cobra?

Sempre que estamos falando sobre picada de cobra, a ação correta é procurar um médico que ofereça atendimento imediato. Enquanto isso, você pode entender algumas informações que podem lhe ajudar com o socorro.

Dentre essas, é importante ver o padrão da mordida para identificar se pode ser uma cobra venenosa e qual é a aparência do animal se for possível identificar — essa informação pode ajudar com o antídoto.

Perder a paciência não ajuda em nada com os primeiros socorros, então mantenha a calma e analise a mordida. Se ela tiver dois pontos em destaque e os sintomas forem além de um inchaço, dor e vermelhidão controlada, é certo que a picada foi venenosa.

Caso o contrário, há chances de se tratar apenas de um bote, quando acontece a mordida, mas não é injetado veneno. Isso ajuda a acalmar a situação, mesmo que a primeira e mais urgente atitude a se tomar seja procurar um médico.

Outro ponto é manter-se o mais quieto possível em caso de picada, porque se a cobra ainda estiver por perto ela pode tentar picar você novamente. Lembre-se que esses animais só atacam quando se sentem intimidados ou em perigo, então tente não os assustar novamente.

É natural que a região picada sofra com um inchaço massivo, portanto, retire todos os tipos de joias e acessórios do seu corpo para não correr o risco de ficarem presos e prejudicarem a circulação.

O que não fazer ao ser picado por uma cobra?

Em caso de picada, evite reproduzir mitos sobre sobrevivência como usar um torniquete, sugar o veneno, ingerir álcool ou remédios sem prescrição — essas práticas podem colocar a sua saúde em risco e agravar a situação porque só um médico pode identificar o melhor tratamento.

  • Nunca faça um torniquete: O uso do torniquete é um mito perigoso para a saúde, essa prática pode prejudicar a circulação sanguínea da região da picada, podendo causar necrose ou mesmo uma amputação do membro.

  • Cortar para extrair ou sugar veneno: Além de ineficaz, sugar ou cortar a pele para tentar extrair o veneno pode introduzir bactérias que piorariam a infecção da região. Portanto, em caso de picada, apenas lave o local com água e sabão e espere o socorro médico.

  • Ingerir álcool: O álcool pode deixar o organismo mais "frágil" a ação do veneno e piorar a situação, além disso, ao ingerir esse tipo de substância você pode atrapalhar na ação do tratamento adequado.

  • Usar remédios sem prescrição: Assim como o álcool, o uso de medicamentos pode interferir no tratamento ou reagir negativamente com o veneno. A forma mais eficaz para lidar com os sintomas é levar a vítima ao hospital para um tratamento com soro antiofídico.

Como identificar o tipo de cobra?

As cobras são identificadas por elementos visuais e comportamentais como o formato da cabeça, tonalidade e padrão das escamas, também se há a presença de fossetas loreais — orifícios ou profundidades entre os olhos e as narinas do animal.

Espécies venenosas muitas vezes possuem características, como:

  • Cabeça triangular;

  • Escamas pequenas e alongadas;

  • Pupilas verticais (como as de um gato);

  • Fossetas loreais;

  • Formato mais alongado e pontiagudo.

Mesmo estando com dor, entender qual foi o tipo de cobra que deu o bote faz parte do socorro, visto que essa informação ajuda a identificar o tratamento mais adequado e qual soro deve ser utilizado.

Como evitar perigos com cobras em áreas de risco?

Seja na trilha ou no acampamento, se proteger é a melhor maneira de evitar acidentes. Use botas, calças e blusas de manga comprida em áreas de mata ou trilhas. Também utilize lanternas à noite e mantenha o ambiente limpo para evitar roedores, pois eles são as presas das cobras.

Se você vai acampar, mantenha caixas, barracas e cestos sempre fechados para evitar que os animais entrem. E claro, nunca coloque a mão em buracos ou locais que as cobras possam se esconder sem checar antes.

A prevenção e a informação são as maneiras mais eficazes de evitar acidentes. Agora que você já sabe o que fazer em caso de picada de cobra, confira nossas dicas de como se proteger de animais e insetos.

Sobre o autor

Junior Dorigatti

Junior Dorigatti

Junior Dorigatti é engenheiro, diretor industrial e sócio responsável pelo desenvolvimento de produtos na Cutelaria CIMO

Especializado em design de produto, o autor trabalha a mais de 20 anos com cutelaria, desenvolvendo mais de 100 projetos de produtos e aplicações no ramo. Entre os seus conhecimentos, a ampla experiência em cutelaria é o destaque - desde detalhes técnicos que vão do tratamento térmico ao design das lâminas.

O autor também conhece as etapas de fabricação de canivetes e facas, desenvolve temas sobre como escolher e identificar o uso correto das lâminas de facas e canivetes, além de fomentar novas tecnologias e inovações da cutelaria.

Para amadurecer o setor de cutelaria nacional, está disposto a fornecer ótimas informações sobre as mais diversas áreas do tema que vão do uso às diferenças dos produtos.

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