Em uma trilha, numa floresta, num acampamento isolado ou mesmo num dia comum de trabalho com ferramentas afiadas, acidentes podem acontecer — e saber como estancar um sangramento pode fazer a diferença entre a segurança e o risco.

Dominar técnicas de primeiros socorros é parte essencial do kit de sobrevivência de qualquer pessoa que vive aventuras ou trabalha em ambientes com risco de corte. Pensando nisso, a Cutelaria Cimo preparou um guia completo com tudo o que você precisa saber para dominar a técnica de estancamento de sangue. Hoje, vamos te mostrar de forma objetiva e fácil como agir em situações de sangramento, seja leve, moderado ou intenso.

Você não precisa ser médico para salvar uma vida. Saber o básico, com clareza, pode ser o suficiente.

Tipos de sangramento: entenda antes de agir

Antes de pensar em estancar, é importante saber que nem todo sangramento é igual. Cada tipo exige um olhar diferente e atenção ao comportamento do sangue, e entender isso pode ajudar você a agir com mais precisão e segurança.

1. Sangramento venoso

Esse tipo de sangramento acontece quando há lesão em uma veia. O sangue tem uma cor mais escura, quase vinho, e escorre de forma contínua, sem pulsar.

Apesar de parecer assustador, ele costuma ser mais fácil de controlar com compressão direta. É comum em cortes mais profundos, especialmente em regiões como braços e pernas.

2. Sangramento arterial

Esse é o mais perigoso e exige ação imediata! Ele vem de uma artéria lesionada, que transporta o sangue do coração para o resto do corpo. O sangue é vermelho vivo e jorra em jatos, acompanhando o ritmo dos batimentos cardíacos.

Aqui, a perda de sangue pode ser rápida e levar à inconsciência em poucos minutos. É uma situação que exige calma, foco e técnicas mais rigorosas, como compressão intensa e, se necessário, torniquete.

3. Sangramento capilar

Esse é o sangramento mais leve, proveniente dos vasos mais superficiais da pele. Costuma aparecer em cortes pequenos, arranhões ou esfolados.

Nesse tipo, o sangue sai em pequenas gotas, de forma uniforme e sem pressão. É fácil de controlar com simples higienização e curativo leve, e raramente representa risco.

O que fazer para estancar um sangramento: passo a passo

A seguir, mostramos como agir na prática para controlar o sangramento em uma emergência, até que ajuda profissional chegue ou a vítima seja levada a um hospital.

  • Mantenha a calma: a primeira atitude em qualquer situação de risco é manter o controle. Respire fundo, concentre-se no que precisa ser feito e aja com firmeza;

  • Proteja-se: se possível, use luvas ou improvise uma proteção com um pano limpo para evitar contato direto com o sangue. Isso protege tanto quem ajuda quanto a vítima;

  • Exerça compressão direta: use um pano limpo, gaze ou até uma camiseta dobrada para pressionar diretamente o local do corte. Pressione com força e de forma contínua. Se o material usado ficar encharcado de sangue, não retire. Coloque mais camadas por cima e continue pressionando;

  • Eleve o membro, se possível: se o corte for em um braço ou perna, eleve o membro acima do nível do coração. Isso diminui a pressão e ajuda a reduzir o fluxo sanguíneo;

  • Aplique um curativo compressivo: caso tenha kit de primeiros socorros, faça um curativo compressivo com gaze e faixa. Se não tiver, use pano limpo e firme com um cinto, fita adesiva ou corda, sem apertar demais.

Quando usar torniquete?

O torniquete é uma técnica de emergência indicada somente em situações extremas, quando o sangramento é muito intenso, como uma hemorragia arterial, e a compressão direta não é suficiente para conter a perda de sangue.

Ele também pode ser necessário em locais remotos, onde a ajuda médica vai demorar a chegar e a vítima corre risco de vida. É importante saber que, embora o torniquete salve vidas, ele deve ser usado com critério, pois pode causar danos permanentes se mantido por muito tempo.

Como fazer um torniquete improvisado:

  1. Use uma faixa resistente, como cadarço, cinto ou fita;

  2. Aplique cerca de 5 cm acima da lesão (nunca sobre a articulação);

  3. Dê um nó simples e encaixe um bastão ou objeto rígido (como canivete fechado ou lápis);

  4. Torça para apertar o fluxo sanguíneo até o sangramento parar;

  5. Prenda o bastão com outro nó para mantê-lo firme;

  6. Anote o horário do torniquete ou memorize. O tempo é essencial para os profissionais da saúde.

O que não fazer ao estancar um sangramento

É importante evitar ações que, embora pareçam técnicas eficazes de sobrevivência, podem agravar a situação. Nunca coloque substâncias como café, talco, cinza ou ervas sobre o ferimento. Esses métodos caseiros podem causar infecção e dificultar a cicatrização.

Também não remova objetos que estejam cravados no local da lesão — o objeto pode estar “segurando” o sangramento, e sua retirada pode piorar a hemorragia.

Lavar o ferimento intensamente enquanto ele sangra também não é indicado; o foco deve ser parar o sangue, e não limpar a ferida naquele momento. Além disso, evite amarrar cordas muito finas ou usar pressão desnecessária que possa comprometer a circulação do membro.

O que fazer após estancar o sangramento?

Quando o sangramento estiver controlado, é importante continuar atento à vítima. Observe se ela apresenta sinais de choque, como pele pálida, suor frio, confusão mental ou pulso fraco — se sim, mantenha a pessoa deitada, aquecida e o mais calma possível.

Evite movimentá-la em excesso, especialmente se houver suspeita de fratura ou se o ferimento for profundo. Se estiver consciente, a vítima pode receber pequenos goles de água filtrada, mas com cautela.

Mesmo que a ferida pareça sob controle, não deixe de buscar ajuda médica quanto antes. Lesões mais graves podem evoluir ou apresentar complicações internas que não são visíveis a olho nu. Um atendimento profissional vai garantir que a recuperação seja mais segura e eficaz.

Ferramentas que podem ajudar nesses casos

Na mochila de quem vive aventuras ou trabalha com ferramentas cortantes, alguns itens simples podem fazer a diferença. Confira ferramentas de sobrevivência fundamentais para um kit EDC eficiente:

  • Canivete multifuncional com tesoura ou lâmina pequena;

  • Gaze estéril;

  • Faixa de compressão;

  • Par de luvas descartáveis;

  • Lenço ou pano limpo;

  • Fita adesiva ou esparadrapo;

  • Álcool 70% ou solução antisséptica;

  • Lanterna.

Para quem curte o universo da sobrevivência, montar um kit de primeiros socorros portátil e saber usá-lo é tão importante quanto levar uma faca de confiança.

O equipamento certo faz a diferença!

Em emergências, conhecimento e atitude salvam vidas — mas contar com as ferramentas certas à mão pode facilitar (e muito) a reação rápida. Por isso, nós da Cutelaria Cimo oferecemos uma seleção completa de produtos pensados para quem vive a prática da sobrevivência no dia a dia, nas trilhas, no camping, no mato ou no trabalho.

Nossa linha de canivetes e facas táticas combina resistência, ergonomia e durabilidade — tudo o que você precisa para enfrentar qualquer desafio com confiança. Cada item é produzido com o cuidado de quem entende que uma boa ferramenta é, muitas vezes, tão essencial quanto o próprio conhecimento técnico.

Acesse nossa página de facas e canivetes e conheça os modelos mais indicados para montar seu kit de primeiros socorros!

Sobre o autor

Junior Dorigatti

Junior Dorigatti

Junior Dorigatti é engenheiro, diretor industrial e sócio responsável pelo desenvolvimento de produtos na Cutelaria CIMO

Especializado em design de produto, o autor trabalha a mais de 20 anos com cutelaria, desenvolvendo mais de 100 projetos de produtos e aplicações no ramo. Entre os seus conhecimentos, a ampla experiência em cutelaria é o destaque - desde detalhes técnicos que vão do tratamento térmico ao design das lâminas.

O autor também conhece as etapas de fabricação de canivetes e facas, desenvolve temas sobre como escolher e identificar o uso correto das lâminas de facas e canivetes, além de fomentar novas tecnologias e inovações da cutelaria.

Para amadurecer o setor de cutelaria nacional, está disposto a fornecer ótimas informações sobre as mais diversas áreas do tema que vão do uso às diferenças dos produtos.

Junior Dorigatti