O que é uma bigorna? A importância da ferramenta na forja

Muita gente, em algum momento da vida, teve curiosidade para saber o que é bigorna, afinal, esse objeto é bastante famoso em desenhos animados, assim como em filmes e em jogos de fantasia medieval. Mesmo que na realidade seja difícil ver uma bigorna, a peça ainda existe e teve importância histórica para a humanidade.

Hoje, existem diferentes métodos tecnológicos que substituem a bigorna na indústria. No entanto, isso não altera o que o objeto representou para a humanidade e como ainda pode ser utilizado em produções artesanais. Para forjar uma espada de maneira eficaz, o artesão pode optar por usá-la.

O que é uma bigorna?

A bigorna é um material clássico dos ferreiros, presente no mundo todo séculos atrás, com uma grande importância na época, fosse para a produção de armas e armaduras ou outras ferramentas do dia a dia. Hoje, está muito mais associada aos cartoons, como nos famosos Tom e Jerry ou Pica-Pau. 

Essa peça de aço maciço com uma traseira quadrada e uma ponta em formato de chifre é utilizada para forjar espadas, facas, adagas, cotas de ferro, capacetes de metal e lanças dos mais variados tipos. É um objeto pesado, com característica muito evidenciada nos desenhos animados, feito de puro metal.

Certas bigornas podem ser feitas de aço, mas também era comum que fossem de sucata e revestidas de um aço muito mais resistente. Essa é uma necessidade, uma vez que esse objeto é feito para sofrer impacto.

O objeto serve como suporte e base para o ferreiro trabalhar em sua lâmina. O profissional coloca o ferro após superaquecido em cima da bigorna e bate várias vezes com seu martelo para o ferro tomar a forma desejada.

Ainda, existiam no mercado, na época em que a bigorna era muito usada, modelos distintos e com características próprias, podemos citar como exemplo aqueles feitos especialmente para trabalhos mais pesados. Essas bigornas de elite suportavam muito mais impacto e eram forjadas com um aço de máxima qualidade.

Como a bigorna surgiu na história?

O surgimento da bigorna é muito incerto. Calcula-se que a humanidade já as utilizou na pré-história. Elas não eram criadas a partir do ferro, mas escolhidas pedras pesadas e maciças que pudessem utilizar para bater até que ferramentas tomassem forma. 

Com o tempo o método foi ficando mais e mais tecnológico, até que por fim começaram a ser criadas bigornas de ferro. Este tipo de bigorna tem como berço a civilização do Egito Antigo. Lá eram usadas tanto as de pedra, agora muito mais refinadas e trabalhadas, quanto as de metal.

Com o avanço da história, na civilização europeia medieval entre o século V e XV, a bigorna de metal era utilizada em todo continente. O objeto era extremamente necessário, afinal, os povos europeus entravam em guerra e precisavam de armaduras e armas de metal.

Nessa época ela passou a ser criada com sucata, o que tornava sua produção muito mais barata e acessível, e para o objeto continuar com sua resistência era recoberto por uma camada de aço durável.

Essa combinação fez com que as bigornas se tornassem muito mais baratas e compradas por ferreiros de toda a Europa, que tinham constante demanda por armaduras, espadas de diferentes tipos e demais armas.

Logo, com a entrada do século XVII e XVIII a bigorna caiu em desuso. No fim do século XVIII os Estados Unidos já haviam abolido o uso prático da bigorna. Porém, ainda existiam muitos exemplares do objeto em solo americano. Foi então criada a competição de arremesso de bigorna, o que explica em partes a mitologia das bigornas que caem do céu, tão comum em desenhos cartoons.

Para que serve a bigorna?

Parte do que é bigorna se responde através do seu uso, ou seja, ela serve para dar molde ao metal quente.  Em cima da bigorna, o ferreiro bate inúmeras vezes na ripa até que tome a forma da lâmina ou armadura desejada. Com a bigorna, o ferreiro pode deixar o metal mais fino, em formato de lâmina, ou mesmo ir inserindo suas curvas aos poucos.

Por exemplo, a protuberância pontuda que chamamos de chifre da bigorna, serve para dar os toques de curva para capacetes ou mesmo para as lâminas. Outra necessidade de usar a bigorna é para o ferreiro ter um apoio enquanto realiza seu serviço. Sem esse apoio fica muito difícil manejar o aço e conseguir definir sua forma.

Certas bigornas apresentam um ou dois furos em sua superfície. Esses furos são bem práticos. Servem tanto como suporte para colocar certas ferramentas, quanto para dobrar o metal quente.

Quais os tipos de bigorna?

Existem diversos cuteleiros, ou seja, profissionais que trabalham com lâminas, que ainda tem sua bigorna em casa e não abrem mão do objeto por qualquer tecnologia. Fabricar uma faca artesanal, por exemplo, pode exigir o uso dessa ferramenta.

Sem dúvidas, o controle com a bigorna favorece o serviço individual e amplia a oportunidade de colocar sua marca e características individuais à lâmina. E para você que deseja comprar uma bigorna, saiba que existem dois tipos: as forjadas e as fundidas.

Bigorna forjada

As bigornas forjadas são bem resistentes e duras. São consideradas muito mais duráveis e as mais recomendadas para serviços pesados de impacto contínuo.

Dos dois tipos, esse é o mais associado a bigornas que duram um bom tempo e resistem à ação dos anos. Esse objeto pode durar décadas e passar de geração a geração. Para artesãos familiares, esta é uma excelente opção.

Também é uma opção válida para quem quer ter a certeza de que está comprando um produto super resistente e que pode suportar qualquer pancada. Ideais para quem quer levar ao limite seus trabalhos na forja e na cutelaria.

Como ponto negativo, podemos salientar que esses modelos costumam ser mais caros. O que se equilibra quando levamos em conta o quão vantajosas a bigorna forjada pode ser.

E como estamos falando em cutelaria de alta qualidade, que tal um pouco de inspiração? Você pode gostar de conhecer a história de 5 espadas lendárias, que marcaram época! Confira.

Bigorna fundida

A bigorna fundida ou de aço fundido, também tem muitas qualidades. Quando bem feita, esse objeto é tão bom quanto a forjada.

E este ponto pode fazer diferença total quando o preço de ambos é comparado, uma vez que a bigorna forjada pode ser bem mais cara. A diferença é que a fundida quando não é bem feita pode enganar o ferreiro ou cuteleiro, mesmo os mais experientes têm dificuldade em identificar sem usar.

Embora possam parecer perfeitas, uma bigorna fundida de baixa qualidade irá se rachar logo nos primeiros dias de uso e com certeza será um problema a longo prazo. Além disso, esse objeto não costuma durar tanto quanto os modelos forjados.

Uma bigorna é peça chave para qualquer artesão que deseja investir tempo e qualidade em suas produções. Por mais que não seja mais utilizada com frequência como antigamente, ainda é uma excelente alternativa para valorizar ainda mais suas peças.

Gostou do conteúdo? Então, que tal continuar se aprofundando no assunto? Veja mais detalhes sobre o que é cutelaria e mergulhe nesse universo com a Cutelaria Cimo!