O tratamento térmico tem como principal objetivo modificar a estrutura do aço. Com processos de aquecimento e resfriamento, é possível atingir, em diferentes momentos e condições, todas as possibilidades desse elemento. Porém, para chegar até o seu potencial máximo, algumas etapas, como a têmpera e o revenimento, não podem ficar de fora.

Aqui na Cutelaria Cimo somos apaixonados por facas e o mundo afiado. Assim como nossa fascinação ultrapassa as barreiras da usabilidade, acreditamos também na importância de conhecer seus processos de fabricação. Entender como essas etapas se desenvolvem, e quais resultados elas são capazes de oferecer para o aço, é realmente incrível.

Para saber como essas microestruturas se comportam, e como a têmpera e revenimento e suas companheiras, podem alterar as condições naturais do aço, é importante entender o funcionamento de suas fases. Confira o guia prático que a Cimo separou para você e venha conhecer as curiosidades da cutelaria com a gente!

Existe diferença entre a têmpera e o revenimento?

Antes de conhecer minuciosamente os detalhes de cada etapa da tempera e do revenimento na transformação do aço, é importante responder uma das principais dúvidas sobre esses tratamentos térmicos. Se um dia você se questionou sobre a diferença entre esses dois momentos, saiba que elas não se distanciam tanto assim.

O revenimento é responsável por reduzir gradativamente a resistência mecânica e a solidez obtida durante o processo de têmpera, ou seja, ele é uma das etapas desse procedimento principal. Com ele, é possível deixar o aço maleável, porém com um alto nível de tenacidade. Ideal para a produção de facas, canivetes e outros objetos cuteleiros.

Antes de finalizar a têmpera, o revenimento entra em ação para produzir um metal superior para as facas e outros utensílios de sobrevivência ou vida rural. Com processos como o recozimento ou a normalização, dá para aprimorar os resultados garantidos pela têmpera e proporcionar produtos de maior qualidade para os consumidores.

Mesmo que nem todos os metais sejam indicados para entrar em contato com o processo de temperagem, ou com o revenimento, é válido compreender que essas duas etapas funcionam em conjunto. Para um tratamento térmico completo, é indispensável apostar nas duas fases.

Têmpera e os procedimentos de tratamento térmico

chapa de aço inox de lâminas para canivetes

Utilizar a têmpera como o procedimento térmico para tratar metais e materiais para facas é um diferencial importantíssimo para assegurar produtos de qualidade. Com ela, garante-se mais força através do aquecimento e do resfriamento mais rápido e eficaz na transformação do aço.

Para dar início, a peça de aço é levada para o aquecimento no processo de têmpera por indução. No forno, cada tipo de aço irá atingir uma temperatura específica, e o resultado final só aparece quando a reorganização dos cristais de metal é finalizada. Esse método ganha o nome de austenitização.

A segunda parte do tratamento térmico por têmpera é o resfriamento dos cristais, que acontece de forma brusca em óleos, na água ou no ar. Essa rapidez no processo de resfriamento é fundamental para que o aço não perca as formas e características adquiridas durante o primeiro aquecimento.

A martensita e o revenimento

Após as etapas de procedimento parcial da têmpera, os cristais metálicos de carbono ou ferro se transformam em martensita. O nome é associado ao estado que o aço se encontra após os aquecimentos e resfriamentos a baixa temperatura. Somente esse estado permite uma plasticidade necessária para a construção de moldes e formas com mais rigidez.

Com a martensita já preparada, é hora de dar início ao processo de revenimento, que tem papel essencial para garantir a remoção completa de tensões residuais que o processo de têmpera possa ter originado. Ele também é responsável, como a gente bem sabe, por dar mais firmeza e durabilidade para todos os materiais cuteleiros.

Como já comentamos por aqui, cada tipo de aço exige uma temperatura específica de aquecimento e resfriamento na têmpera, e com o revenimento não é diferente. Antes de dar início ao reaquecimento das peças, lembre-se de encontrar o intervalo mais adequado para suas necessidades.

Pequenas e grandes transformações da estrutura martensítica podem acontecer dependendo desse intervalo escolhido. De 140°C a 200°C as alterações são menos expressivas. Já em 210°C e 260°C, as tensões começam a ser modificadas, e o revenimento inicia uma alteração significativa na estrutura.

Quanto maior a temperatura, mais efeitos de estrutura ela pode causar em suas peças, e acima de 370°C elas podem começar a apresentar cementitas grossas e visíveis, por isso, toda a atenção é essencial. Intervalos acima de 730°C prejudicam significativamente a dureza das peças, se essa não é sua intenção, tome cuidado!

A têmpera e o revenimento são indispensáveis para moldarem a construção de boas peças cuteleiras. Facas de sobrevivências, canivetes, opções para churrasco e até mesmo as facas domiciliares precisam passar por um processo de extremo cuidado e observação antes de chegar até a sua casa.

Conheça mais novidades sobre o mundo cuteleiro aqui no blog da Cutelaria Cimo e não deixe de conferir todas as novidades da nossa loja online. Nos vemos no próximo texto!

Junior Dorigatti