A bússola é, sem sombra de dúvidas, uma das maiores invenções da humanidade. Trata-se do equipamento de localização que — ao lado dos mapas — permitiu que as grandes navegações e expedições terrestres acontecessem, fazendo com que a humanidade começasse a se desenvolver em uma escala global.

Esse item de origem milenar é tão eficiente que pode ser usado até hoje. Como muitas outras ferramentas, até foi adaptado para versões digitais, mas fato é que os modelos "originais" são os que podem te salvar em situações de risco, funcionando perfeitamente mesmo em ambientes hostis, onde os conceitos de sobrevivencialismo são extremamente necessários.

Para aprender mais sobre esse incrível equipamento, conte com este post completo da Cutelaria CIMO. Veja conosco desde quem inventou a bússola até como funciona o artefato e como utilizá-lo. Domine tudo sobre o item e adicione essa expertise ao seu arsenal de sobrevivência.

Boa leitura!

Quem inventou a bússola e como ela foi criada?

O navegador e inventor italiano Flávio Gioia é creditado como o criador da bússola ainda no século XIII, ao ter desenvolvido a estrutura em torno da agulha que conhecemos até hoje.

Mas é válido ressaltar que, no século I, já havia registros na China indicando que uma agulha metálica esfregada na magnetita tinha o potencial de apontar o norte e o sul.

Foi nessa época que os chineses desenvolveram o Si Nan — estrutura que contava com uma grande "colher" de ferro que apontava o sul magnético — sendo considerado um protótipo da bússola. O modelo que conhecemos hoje, priorizando a praticidade de uso e sua portabilidade, foi, de fato, elaborado por Gioia.

O italiano foi quem pensou na aplicação da agulha magnetizada sobre uma representação da rosa-dos-ventos com seus pontos cardeais e colaterais, protegida por uma estrutura de ferro que coubesse na palma da mão e fosse coberta por um visor de vidro.

 mão segurando a bússola

 

Como funciona a bússola?

A bússola funciona como uma ferramenta própria para te ajudar no processo de localização geográfica, indicando sempre o norte para que, a partir disso, você possa encontrar as demais direções a serem seguidas.

Ela funciona reagindo ao magnetismo terrestre — resultante das correntes elétricas emanadas pelo níquel e pelo ferro localizados no núcleo da terra —, responsável por atrair a agulha magnetizada aos polos norte e sul terrestres.

É importante que a agulha seja instalada um pouco mais alta do que a base (onde a rosa-dos-ventos se encontra) e de maneira que ela tenha plena liberdade de movimento.

Assim, você pode mudar de direção o quanto precisar durante o manuseio do aparelho e sempre terá o norte magnético como referência para sua localização.

Como usar a bússola sem mapa?

Para usar a bússola de maneira eficiente, é preciso conhecer o conceito de azimute — tradução do árabe para "caminho", que significa, também, uma coordenada horizontal em graus, tomando o norte como referência. É com o seu registro que você poderá traçar suas rotas com mais eficiência e segurança.

Quando não estiver contando com mapas, o primeiro passo é apontar a seta de direção (também chamada de linha de fé) para onde quer seguir.

Depois, gire o anel graduado em torno do visor até que seu indicador esteja de acordo com a ponta vermelha da agulha, que sinaliza o norte. Anote o ângulo entre a linha de fé e a agulha e siga na direção desejada.

Para retornar ao ponto inicial, basta retomar o azimute obtido na ida, apontar a linha de fé para si e se posicionar até que a ponta vermelha da agulha esteja alinhada com o indicador do anel graduado. A partir daí, basta seguir a direção contrária à seta de direção para voltar!

Veja também: Como filtrar a água em momentos de sobrevivência

Como usar a bússola com mapa?

No caso do uso da bússola junto ao mapa, o primeiro passo é marcar sua localização atual e o ponto onde quer chegar. Alinhe a lateral do aparelho à distância entre os dois pontos com a linha de fé indicando a direção do seu objetivo.

Depois disso, ajuste o anel graduado da bússola até que as linhas do instrumento fiquem alinhadas com as linhas do mapa — verificando, também, se o norte indicado no mapa está coincidindo com a ponta vermelha da bússola, anotando mais uma vez o azimute indicado.

Com tudo marcado, ajuste o posicionamento para que o norte e a linha de fé estejam alinhadas e siga a direção indicada no anel rumo ao seu destino.

Dicas para usar a bússola

Apesar do uso prático da bússola com ou sem o mapa, fato é que existem algumas dicas cruciais para garantir tanto o uso eficiente do instrumento quanto sua segurança durante caminhadas e trilhas:

  • Evite usar a bússola em carros e próximo de aparelhos eletrônicos para não ter interferências dos campos eletromagnéticos;

  • Use a bússola (e o mapa, caso esteja à mão) sempre alinhada horizontalmente para garantir mais precisão;

  • Considere sempre os desvios que podem acontecer no caminho, anotando as diferenças de ângulo caso não seja possível reajustar a rota rapidamente para não se perder;

  • Quando estiver utilizando mapas, considere a escala do mapa — podendo contar com o auxílio da régua localizada ao lado das bússolas.

Além de todas essas dicas, há ainda orientações importantes para garantir seu uso seguro, como a prática em campos abertos e ambientes de fácil localização.

No caso dos mapas, mesmo quando for mais experiente ou contar com cartografias detalhadas e precisas, a indicação é de se guiar por trechos menores, revisando a direção de duas a três vezes por quilômetro para garantir maior precisão na trilha e, consequentemente, mais segurança para você.

bussola em cima do mapa

 

Agora você sabe tudo o que precisa para adicionar a bússola ao seu kit de sobrevivência e, com a devida prática e uso, se localizar com precisão onde estiver.

Aproveite sua passagem pelo blog da Cutelaria Cimo e desvende, também, os principais mitos que existem sobre sobrevivência na selva, ficando ainda mais preparado para se aventurar na mata.

Até a próxima leitura!

Junior Dorigatti